A alma deseja, o corpo experimenta, a mente categoriza. Em condições ideais, a partir da experiência direta, sabemos o que é melhor para nós mesmos e agimos de acordo com essa sabedoria. A questão é que nossa mente, que classifica o que é bom ou ruim, também é influenciada pelo outro. Como temos a necessidade de nos sentirmos amados, muitas vezes passamos a ter juízos de valor vindos de fora, não de nossa experiência do que é prazeroso ou doloroso, mas do que o outro prefere que expressemos.
Assim, pouco a pouco, negamos partes nossas ou nos expressamos diferente do que sentimos para agradar o outro e sermos aceitos. Isso vai nos distanciando de nossas próprias sensações, desejos e sabedoria. A expressão vai ficando travada, bloqueada, comprometida. Às vezes, o distanciamento é tanto que nem temos mais clareza interna sobre o que é bom para nós. Ficamos presos ao que o mundo define como aceitável ou desagradável.
Em muitos momentos, ficamos tão focados fora, na aceitação e no pertencimento, que perdemos a conexão interna. Carregamos registros, crenças e julgamentos que limitam nossa livre experimentação, sensação e comunicação. Vivemos formas de expressão e histórias que geram angústia, raiva, depressão. Precisamos resgatar os três lados - consciência, experiência e comunicação - se quisermos diminuir esse incômodo. Em outras palavras, precisamos viver a experiência livre de juízos de valor externos, senti-la, tomar consciência dela e expressar nossa vivência sem medo. Assim, teremos mais clareza interna, ao entendermos o que desejamos e sentimos, e clareza externa, ao comunicarmos isso ao outro e ao agirmos de acordo com o que queremos para nós.
Através da terapia, trabalhamos a liberação de bloqueios e medos, o reencontro com a voz interna, a autenticidade, a clareza do que se deseja expor e realizar, a liberdade e a capacidade de tecer e destecer as próprias histórias na vida. Assim, partindo de nossos bloqueios na comunicação, nos reaproximamos de nossa essência, limpando a mente dos julgamentos externos e das histórias que não nos servem mais para resgatarmos a autenticidade. Saberemos melhor quem somos e o que desejamos, e como podemos expressar nossa marca no mundo com clareza, amorosidade e autoridade.